Entre as numerosas variedades de coroa imperial, esta talvez seja uma das mais extraordinárias: pétalas brancas contorcidas, salpicadas de pintas rubras, cujo pigmento parece alastrar sobre o branco tornando-o rosado. Cremos que se trata de um híbrido agrupado sob o nome botânico Lilium oriental, possivelmente originário do Japão.
Os bolbos desta coroa imperial foram mantidos em vasos e floriram durante várias décadas a todo o comprimento da varanda da casa beirã de Joaquina Rodrigues Laia, em Sarzedas. Julgaram-se depois perdidos, mas viriam mais tarde a ser redescobertos no jardim de um familiar, em Coimbra. Foram então levados com destino a Lisboa, onde se desenvolveram e reproduziram. Estiveram também em Évora, na quinta de uma amiga holandesa conhecedora dos segredos da reprodução de bolbos, na esperança de que ela conseguisse multiplicá-los. E finalmente, completaram, digamos, o seu itinerário afectivo, regressando às suas raízes antigas, na Beira Baixa.
Há plantas assim, que herdamos dos antepassados e cultivamos como se fossem parte de nós, acompanhando-nos por toda a vida. Estas coroas imperiais estão de novo a florir, mas agora na Silveira dos Limões, no pátio da casa onde há muito tempo nasceu quem tanto as acarinhou.
> Xisto | Banco de Imagens da Silveira (BIS)
Coroas imperiais do pátio,
Silveira dos Limões, Julho 2014
fotografia digital
© CRO|XISTO|BIS|JX(RO)
Plantas com história...
ResponderEliminarA minha camélia no Alto Douro é descendente da camélia do meu pai, residente em Aveiro. Foi-lhe dada pelo meu avô, partindo de uma mergulhia feita da sua Camélia enraizada na Figueira da Foz, há 70 anos atrás. Trouxe-a da Lousã. O meu filho comentou comigo que um dia também ele gostaria de ter uma na sua casa, sita ainda não sei onde.
Cumprimentos.
Tinha-me esquecido. É linda essa coroa imperial!
ResponderEliminarMais cumprimentos.
Magníficas coroas imperiais. Parabens também pelo magnífico post!
ResponderEliminarÉ bom quando os circulos (pela nossa acção) se fecham, permitindo que novos circulos se desenvolvam sustentados na história.
A história deste post, serve também de lição política para aqueles que nos governam. Aprendam com a Silveira dos Limões que governar não é destruir. Governar é servir e criar a partir do que existe.
"A história deste post, serve também de lição política para aqueles que nos governam. Aprendam com a Silveira dos Limões que governar não é destruir. Governar é servir e criar a partir do que existe."
EliminarViva Mister H, ora aqui está uma grande verdade e penso que as tuas palavras refletem bem o projecto Jardins do Xisto.
Apesar das adversidades, nestas terras da Silveira dos Limões têm emergido à luz de cada novo dia coisas belas. É uma nova árvore que é plantada, é uma pedra que quase por magia, surge talvez no início de um canteiro, ou talvez na vertical como escultura circundada de luz matinal... Diria que são milagres concebidos por mãos humanas, mas milagres não existem. Só o sonho, o sonho e muita vontade de quem trabalha dedicadamente nestas árduas terras.
Bem haja, e bem haja também a todos os que têm colaborado para que o sonho seja realidade.
Bem haja também Shanti.
EliminarE até breve.