sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

A CADEIRA DO FERNANDO



Os Jardins do Xisto não seriam o que são sem a cumplicidade de Fernando Nunes, sempre atento a cada pormenor, acompanhando de perto os trabalhos de jardinagem e o planeamento paisagístico. A sua curiosidade e o seu entusiasmo têm sido um estímulo decisivo.

Ainda há dias, depois de plantar uma espécie de laranjeira anã, Fortunella obovata (ou Citrus japonica), carregada de pequeninas laranjas "kumkuat", quis surpreender o Fernando e chamei-o para lhe mostrar a novidade. Ele observou demoradamente e disse, num tom que parecia solene, "agradeço muito o seu trabalho nos jardins, porque tudo isto me pertence". E soltou uma risada. 

Na verdade o Fernando sabe que pertence a cada um de nós aquilo que se ama. Ele faz-nos compreender melhor que "Só se vê bem com o coração, o essencial é invisível para os olhos" (Antoine de Saint-Exupéry, "O Principezinho", 1943). 


> Xisto|Banco de Imagens da Silveira (BIS)
Cadeira de Fernando Nunes, 
fotografia digital, 2012
©  CRO|XISTO|BIS|JX(RO)

O PRINCIPEZINHO



> Xisto | Biblioteca de Arte
Antoine de Saint-Exupéry (1900-1944), França  
Principezinho, 1943 
páginas de livro "pop-up" (ed. Presença, Lisboa, 2010)
©  CRO|XISTO|BA

JARDINS DO XISTO








Antes do recente abate de eucaliptos, existia aqui um terreno empobrecido, esgotado. Décadas de abandono, em que foi utilizado como depósito de lixo e entulhos, conferiam a este sítio um ambiente caótico, desolador. 

Hoje, o trabalho paisagístico já desenvolvido começa a devolver ao terreno a dignidade perdida. A eliminação dos eucaliptos permite avistar ao longe o recorte montanhoso da Beira Baixa e, numa manhã de sorte, a neblina pode oferecer um imenso lago à paisagem dos Jardins do Xisto.


> Xisto|Banco de Imagens da Silveira (BIS)
Jardins do Xisto, Outono 2013 
fotografia digital
©  CRO|XISTO|BIS|JX(RO) 

UM CENTRO DE ARTE











Um sítio fora do mapa, um lugar esquecido entre ruínas e sucatas, um projecto nascido do acaso, algures no centro de Portugal. Tudo começou com o gesto simples de querer salvar uma palmeira que definhava à beira de um caminho, com o tronco soterrado e as folhas roídas por cabras. Quase três anos depois, o projecto cultural Xisto|Centro de Arte começa a tomar forma. E a sua face mais visível tem um nome: Jardins do Xisto.

Este sítio, agora na net, pretende documentar intervenções de recuperação do espaço rural ocorridas recentemente na pequena povoação de Silveira dos Limões (Santo André das Tojeiras, Castelo Branco). Constitui também um primeiro exercício de divulgação pública do projecto Xisto e dos seus conteúdos culturais.


> Xisto|Artes Visuais|Fotografia
Herbert Bayer (1900-1985), Alemanha/EUA
In Search of Time Past [Em busca do tempo perdido]1959 
prova fotográfica, gelatina e sais de prata
©  CRO|XISTO|AV|F