quinta-feira, 27 de novembro de 2014

QUANDO EU NASCI




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 Quando eu nasci, as frases que hão-de salvar
a humanidade já estavam todas escritas, 
só faltava uma coisa - salvar a humanidade. 


> Leituras num banco de jardim | Citação 10
Almada Negreiros (1893-1970), Portugal
in A Invenção do Dia Claro, 1921
ed. Assírio & Alvim, Lisboa, 2005


> Xisto | Etnografia 
Ave coroada com trevo no bico (Galo?), 
Castelo Branco, séc. XX (c.1900), 
ferro forjado, 29,5 cm.
©  CRO|XISTO|ET.


"Ave coroada com trevo no bico", pertencente à colecção Xisto|Etnografia, representa um tema zoomórfico de imprecisa classificação (pombo?, águia?, galo?). Recorte em chapa de ferro forjado, a partir do desenho de um motivo têxtil do bordado de Castelo Branco. 
Adaptado remate ornamental de chaminé, apresenta vestígios de policromia e um elemento postiço, suporte de fixação com rosca na base, divergentes do objecto original.

terça-feira, 25 de novembro de 2014

TOMILHO-LIMÃO



Entre as muitas plantas aromáticas coleccionadas nos Jardins do Xisto, as espécies com aroma cítrico são, digamos assim, excelentes parceiros botânicos do limoeiro (Citrus limon), árvore-símbolo da Silveira dos Limões. De facto, vários arbustos e ervas utilizados em culinária e em medicina tradicional possuem características aromáticas que lembram as da casca de limão e folhas de limoeiro.

No canteiro de aromáticas situado longitudinalmente à beira do principal caminho de entrada nos jardins, o tomilho-limão (Thymus citriodorus), além da surpreendente intensidade do cheiro cítrico, apresenta folhagem variegada com grande evidência ornamental, devido à sua coloração, também ela cítrica, amarelo limão e verde limão.


> Xisto|Banco de Imagens da Silveira (BIS)
Tomilho-limão nos Jardins do Xisto, 
Silveira dos Limões, Março 2014
fotografia digital
©  CRO|XISTO|BIS|JX(RO)

terça-feira, 18 de novembro de 2014

LIMOEIROS







A julgar pela abundância de limões dos jovens limoeiros dos Jardins do Xisto, bons motivos houve no passado para que tenha sido atribuído a esta pequena povoação beirã o nome de Silveira dos Limões. No entanto, até há pouco tempo, se exceptuarmos os limoeiros dos quintais, apenas um limoeiro solitário, junto ao forno comunitário da Praça da República, fazia justiça ao topónimo local. Actualmente, no âmbito do progressivo trabalho de valorização do espaço público da aldeia, dez novos limoeiros marcam um percurso arborizado, desde a placa de entrada até aos jardins onde termina a rua principal. 






O topónimo Silveira dos Limões é constituído por uma dupla referência botânica: a silveira, ou silva (Rubus ulmifolius), arbusto autóctone de cales espinhosos, muito invasor, e o limoeiro (Citrus limon), árvore de pequeno porte, originária da Ásia, desde há vários séculos cultivada na Europa devido aos seus frutos. Por isso, e sem menosprezar a silveira, que nos dá maravilhosas amoras silvestres, a árvore emblemática desta aldeia só poderia ser o limoeiro.


> Xisto | Banco de Imagens da Silveira (BIS)
(1) (2) Limoeiros, na Rua Padre Rodrigues e na entrada da aldeia, 
Silveira dos Limões, 2014
fotografias digitais
©  CRO|XISTO|BIS|JX(RO)

terça-feira, 11 de novembro de 2014

MAGUSTO


Dia de São Martinho, há castanhas quentes e boas em todo o país, honrando a festa do Magusto, que celebra o outono e o tempo do vinho novo. Mas aqui em casa, em vez de assadas, as castanhas serão cozidas com açúcar, erva-doce e mancheia de sal, alternativa aromática mais próxima de uma sobremesa, e também mais fácil de cozinhar.  


> Xisto | Etnografia
Bruxa aramada (assador de castanhas) 
Beira Baixa (Castelo Branco?), séc. XX (1ª metade)
cerâmica, arame
©  CRO|XISTO|ET.


Os assadores cerâmicos já eram produzidos em território português na época romana, como pode constatar-se num objecto arqueológico de Bracara Augusta, datado do séc.II-III d.C., que integra o acervo do Museu D. Diogo de Sousa, Braga. 
A peça da colecção Xisto|Etnografia, proveniente da antiga casa de Maria Laia, Silveira dos Limões, é um assador de castanhas em forma de panela cerâmica de dupla asa, crivado de orifícios organizados em círculos sucessivos a partir da base. Apresenta a particularidade de estar envolvido por um dispositivo de protecção em malha de arame. 
A este assador, chamavam-lhe "bruxa", mas na pesquisa que realizámos não ficou esclarecida a origem de tão insólita designação regional.
Terá sido produzido na Beira Baixa, região de Castelo Branco, de acordo com um modelo cerâmico semelhante, inventariado pelo Museu Nacional de Arqueologia, Lisboa, ou de um outro, também semelhante, produzido em olarias da aldeia de Telhado, Fundão, conforme inventário do Museu de Arte Popular, Lisboa.  

OUTONO



Regressamos aos Jardins do Xisto após semanas dedicadas exclusivamente à recuperação do forno comunitário da Praça da República. Com o outono já plenamente instalado, os jardineiros não têm descanso, há tarefas de manutenção urgentes, sobretudo no controlo das ervas que irrompem por todo o lado.   

Cada época do ano tem o seu encanto, e o outono traz consigo a intensidade das estações chuvosas. Algumas plantas aguardaram longamente a chegada da atmosfera húmida de Novembro para se revigorarem e florirem, outras, como as espécies caducifólias, preparam transformações radicais, mudanças de cor que precedem a nudez dos ramos. É o caso do carvalho vermelho americano (Quercus rubra), uma jovem árvore plantada em Agosto último, que começa agora a exibir a sua vistosa folhagem outonal.


> Xisto | Banco de Imagens da Silveira (BIS)
Quercus rubra dos Jardins do Xisto, Novembro 2014
fotografias digital
©  CRO|XISTO|BIS(RO)

terça-feira, 4 de novembro de 2014

FESTA COMUNITÁRIA 2014




Anualmente, pelo Dia-de-Todos-os-Santos, reúnem-se na Silveira dos Limões os habitantes, familiares e amigos desta povoação numa festa/convívio que ocorre em torno do forno comunitário da Praça da República. Rotativamente, cabe a uma diferente família da aldeia organizar a festa. Colocam-se toldos de abrigo apoiados em pilares de ferro e montam-se as mesas. Os comes-e-bebes começam pela hora de almoço e os organizadores fornecem sardinhas e febras assadas e, lá para o fim da tarde, castanhas quentes e boas. Não faltam petiscos e o glorioso queijo de Castelo Branco, tudo regado com bom vinho. Entretanto chegam as sobremesas e a jeropiga, que cada um partilha com os restantes convivas. 

A organização da festa comunitária deste ano esteve a cargo da família de Beatriz e José Nunes e contou com várias dezenas de participantes. Estiveram também presentes na renovada Praça da República, como convidados especiais, o Senhor vice-presidente da Câmara Municipal de Castelo Branco, Arnaldo Braz, e o Senhor presidente da Junta de Freguesia de Santo André das Tojeiras, Luis Andrade. 

 


> Xisto | Banco de Imagens da Silveira (BIS)
Praça da República em festa, 1 Novembro 2014
fotografia digital / vídeo timelapse 
©  CRO|XISTO|BIS(RO)/(HOV)