segunda-feira, 31 de março de 2014

ARROZ-DOCE




Culinária pode ser arte, em pelo menos dois sentidos, ao paladar e à vista. A vizinha Matilde, que conhece bem os segredos da cozinha, ofereceu este arroz-doce decorado com canela, como é de regra, a que juntou retalhos de casca de laranja cortados em pétala. Mimos, diz ela. Jardinagem à mesa, digo eu. 

A apresentação lembra um motivo floral do bordado de Castelo Branco e o sabor, inesperado, troca o aroma da casca do limão pelo da laranja. Reinventa-se, assim, um dos ícones da doçaria tradicional portuguesa


> Xisto|Banco de Imagens da Silveira (BIS)
Arroz doce de Matilde Dias, 
Silveira dos Limões, Março 2014
fotografia digital
©  CRO|XISTO|BIS|JX(RO)

domingo, 30 de março de 2014

PAMPILHO




Por esta altura do ano o amarelo é a cor dominante dos Jardins do Xisto, para tal contribuindo abundantemente o pampilho (Chrysanthemum segetum), que irrompe por todo o lado.

Esta erva espontânea, também conhecida por pampilho-das-searas ou malmequer bravo, é originária do sudoeste asiático, encontrando-se fortemente naturalizada na região centro de Portugal, como confirma a toponímia Pampilhosa.


> Xisto|Banco de Imagens da Silveira (BIS)
Tufo de pampilho (Chrysanthemum segetum), 
Silveira dos Limões, Março 2014
fotografia digital
©  CRO|XISTO|BIS|JX(RO)

FORNO COMUNITÁRIO | ANTES



> Xisto|Banco de Imagens da Silveira (BIS)
Forno comunitário, 
Silveira dos Limões, Agosto 2010
fotografia digital
©  CRO|XISTO|BIS|JX(RO)

FORNO COMUNITÁRIO | DEPOIS



Uma das características das aldeias da Beira Baixa é a tradição do forno comunitário. Cada aldeia tem o seu forno, que em muitos casos se encontra já desactivado, devido ao êxodo dos habitantes ou à construção de fornos privados.

Silveira dos Limões, apesar de ser uma pequena povoação, dispõe de dois fornos comunitários. Em tempos idos, havia a necessidade de cozer pão para muita gente, incluindo forasteiros que por aqui passavam com frequência. Actualmente, ambos os fornos se encontram ainda funcionais, sendo utilizados sobretudo em épocas festivas.

Estão em curso alguns trabalhos de recuperação e restauro que procuram dignificar e proteger estas construções da arquitectura tradicional do xisto na Silveira dos Limões.


> Xisto|Banco de Imagens da Silveira (BIS)
Forno comunitário, 
Silveira dos Limões, Outubro 2013
fotografias digital
©  CRO|XISTO|BIS|JX(RO)

sexta-feira, 28 de março de 2014

PARA CHEGARES AO QUE NÃO SABES




>
“ Para chegares ao que não sabes
Deves seguir por um caminho que é o da ignorância.
Para possuires o que não possuis
Deves seguir pelo caminho da despossessão.
Para chegares ao que não és
Deves seguir pelo caminho onde não estás.
E o que não sabes é a única coisa que sabes
E o que possuis é o que não possuis
E onde estás é onde não estás. 


> Leituras num banco de jardim | Citação 2
T. S. Elliot (1888-1965), in Quatro Quartetos (excerto de East Coker), 1935/43
(trad. Maria Amélia Neto, ed. Ática, Lisboa, 1963)


> Xisto | Banco de Imagens da Silveira (BIS)
Pessegueiro japonês dos Jardins do Xisto, 
Silveira dos Limões, Março 2014
fotografia digital
©  CRO|XISTO|BIS|JX(RO)

domingo, 23 de março de 2014

PANORÂMICA


Terceira Primavera dos Jardins do Xisto: a Silveira dos Limões transforma-se através de um projecto paisagístico integrado na povoação e no espaço florestal envolvente. Caminhos, patamares e canteiros voltados para as serras reconfiguram e prolongam os anteriores limites da aldeia.  

A fotografia panorâmica possibilita uma visão ampla, longitudinal, mas não mostra os detalhes nem os trabalhos em curso. Há ainda muito a consolidar. Novas primaveras vão fazer crescer numerosas árvores já plantadas e os jardins vão ganhar uma outra escala. 


> Xisto|Banco de Imagens da Silveira (BIS)
Patamares inferiores dos Jardins do Xisto, 
Silveira dos Limões, 22 Março 2014
fotografia digital
©  CRO|XISTO|BIS|JX(RO)

sábado, 22 de março de 2014

AMIGOS DOS JARDINS DO XISTO



Os Jardins do Xisto contam entre os seus amigos mais chegados, pessoas que colaboram nas tarefas de manutenção, pessoas que oferecem plantas e materiais, ou pessoas que os visitam frequentemente. Cada um, a seu modo, reconhece o trabalho de voluntariado como um motor de desenvolvimento local comunitário.

Surge agora a ideia de "oficializar", através da net, a formação de um grupo de Amigos dos Jardins do Xisto que permita desenvolver diversas formas de colaboração ou de comunicação.

Para aderir basta que nos contacte pessoalmente na Silveira dos Limões ou através de jardinsdoxisto@gmail.com deixando a sua mensagem. A lista será actualizada regularmente.


> Xisto | Objecto
Caixa de bombons em forma de coração, déc.1960(?)
lata impressa
©  CRO|XISTO|CORAÇÃO

______________________
Amigos dos Jardins do Xisto

Fernando Nunes | Beatriz Afonso Nunes | José Rodrigues Nunes Conceição Gonçalves Almeida | Rosalina Afonso Martins | Nuno Martins Aurora Afonso | Ricardo Almeida Afonso | João Afonso | Maria Helena de Oliveira | Joaquim Lavadinho Margarida Quental Afonso António Andrade Afonso | Luísa Ferreira Catarina Rocha | Hugo Oliveira Vicente | Susana Duarte | Simone Pereira José M. Rodrigues | Matilde Dias | Rosa Silva | Maria Joaquina Frade Maria da Conceição Coelho | Mónica Afonso | Raquel Andrade Nunes | Sameh Wahba José Eduardo Monteiro Alves | Patrícia Aguiar | Miguel Macedo | Maria José Roque Manuel Gonçalves Nunes | Sofia Andrade Nunes | Pedro Antunes | Paula Nunes | José Maria Andrade Afonso | Cláudia Afonso | Teresa Afonso José Luís Laia Rodrigues Zélia Fernandes Verónica Fonseca Alice Almeida Afonso Catarina Afonso Margarida Sotana Maria José Cardoso Oliveira Afonso | Ruben Magalhães Aurora Roque Lourenço Afonso | Isaura Castelbranco Catarina Castelbranco | Lídia Almeida Eduarda Ferreira | Teresa Santos | Eduarda Laia | Conceição Lourenço | José Rodrigues Lourenço | Raquel Martins | Valter Martins | Catarina Louçã | Sílvia Robalo Moreira |  José Júlio Machado |  

(ordem alfabética)
Alice Almeida Afonso | António Andrade Afonso | Aurora Afonso | Aurora Roque Lourenço Afonso | Beatriz Afonso Nunes | |Catarina Afonso | Catarina Castelbranco | Catarina Louçã | Catarina Rocha | Cláudia Afonso | Conceição Gonçalves Almeida | Conceição Lourenço | Eduarda Ferreira | Eduarda Laia | Fernando Nunes | Hugo Oliveira Vicente | Isaura Castelbranco | João Afonso | Joaquim Lavadinho | José Eduardo Monteiro Alves | José Júlio Machado | José Luís Laia Rodrigues | José M. Rodrigues | José Maria Andrade Afonso | José Rodrigues Lourenço | José Rodrigues Nunes | Lídia Almeida | Luisa Ferreira | Manuel Gonçalves Nunes | Margarida Quental Afonso | Margarida Sotana | Maria da Conceição Coelho | Maria Helena de Oliveira | Maria Joaquina Frade | Maria José Cardoso Oliveira Afonso | Maria José Roque | Matilde Dias | Miguel Macedo | Mónica Afonso | Nuno Martins | Patrícia Aguiar | Paula Nunes | Pedro Antunes | Raquel Andrade Nunes | Raquel Martins | Ricardo Almeida Afonso | Rosa Silva | Rosalina Afonso Martins | Ruben Magalhães | Sameh Wahba | Sílvia Robalo Moreira | Simone Pereira | Sofia Andrade Nunes | Susana Duarte | Teresa Afonso | Teresa Santos | Valter Martins | Verónica Fonseca | Zélia Fernandes | 

sexta-feira, 21 de março de 2014

PRIMAVERA



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> Xisto|Banco de Imagens da Silveira (BIS)
Pequeno ajardinamento à entrada da aldeia,
Silveira dos Limões, Março 2014
fotografia digital
©  CRO|XISTO|BIS|SL(RO)

segunda-feira, 17 de março de 2014

MAGNÓLIA








A magnólia de folha caduca (Magnolia liliflora) já começou a florir no patamar central dos Jardins do Xisto, delicada e intensa, nos olhos de Março das serras. 


> Xisto|Banco de Imagens da Silveira (BIS)
Magnólia, Jardins do Xisto, Março 2014
fotografias digitais
©  CRO|XISTO|BIS|JX(RO)

sábado, 15 de março de 2014

O UNIVERSAL



>
“ O universal é o local sem paredes. 


Leituras num banco de jardim | Citação 1
Miguel Torga (1907-1995), in Traço de União, 1969


> Xisto | Artes Visuais | Fotografia
Eric van der Schalie (1954), Holanda 
Jericho renewed [Jericó renovada], 1983
prova fotográfica
©  CRO|XISTO|AV|F

sexta-feira, 14 de março de 2014

NO PLURAL




Jardins, no plural, porquê?  

Devido ao acentuado declive do terreno em que estão implantados, os Jardins do Xisto distribuem-se por patamares, interligados por caminhos, veredas e degraus, cada um destes patamares podendo considerar-se uma zona diferenciada de ajardinamento. 

Por outro lado, enquanto projecto de desenvolvimento local que decorre principalmente de opções de voluntariado, o plural "jardins" pretende evitar uma leitura isolada do sítio e constituir um possível exemplo de revitalização e transformação de uma aldeia, contra o abandono e a decadência do mundo rural. Associam-se-lhe, no que respeita aos valores paisagísticos, os pequenos jardins privados, as hortas, os quintais, os canteiros e árvores plantadas à beira da rua, ou mesmo as casas já recuperadas. No seu conjunto, todos estes factores contribuem para a valorização ambiental e estética da Silveira dos Limões.

Evidentemente, os Jardins do Xisto não são um "jardim particular", mas também não são um "jardim público" convencional. Considerando o vasto território florestal da Beira Baixa em que se integram (Pinhal Interior) e a sua localização específica (a parte mais elevada da povoação de Silveira dos Limões), o projecto paisagístico tem como propósito vir a tornar-se um lugar de arte pública e, simultaneamente, um posto de observação privilegiada da paisagem local, isto é, um sítio ajardinado a partir do qual se "reordena" e valoriza a natureza e a paisagem circundantes.


> Xisto|Banco de Imagens da Silveira (BIS)
Escultura "ready made" no Terreiro da Saudade, 
Silveira dos Limões, 2013 
fotografia digital
©  CRO|XISTO|BIS|JX(RO) 

RAIZ



> Xisto|Obra da Natureza
Raiz lenhosa (de Quercus suber?)
©  CRO|XISTO|ON

quinta-feira, 13 de março de 2014

HARDENBERGIA








Trepadeira muito robusta, com folhas lanceoladas que lembram as folhas adultas do eucalipto, mantém-se intensamente verde durante todo o ano e forma sebes compactas. Floresce magnificamente em Fevereiro e Março num quintal da Silveira dos Limões. 

Também conhecida como videira lilás, a designação científica Hardenbergia violacea evoca a figura da condessa austro-húngara Franziska von Hardenberg (1794-1870), sendo no entanto uma planta nativa da Austrália. É exemplo de que nem todas as espécies provenientes do continente australiano são nocivas ou invasoras, como é o caso dos eucaliptos ou das acácias-mimosas, que ameaçam florestas autóctones por todo o país. 


> Xisto|Banco de Imagens da Silveira (BIS)
Hardenbergia, Fev. 2013
fotografia digital
©  CRO|XISTO|BIS|JX(RO)

quinta-feira, 6 de março de 2014

VIDA AQUÁTICA







> Xisto|Artes Visuais|Fotografia
José M. Rodrigues (1952), Portugal
Sem título (da série "Jardins de Cristal"), Porto, 2001
prova fotográfica cor
©  CRO|XISTO|AV|F

CHARCO



Durante os longos dias de chuva deste Inverno, quem descesse ao último patamar dos Jardins do Xisto deparava-se com um "lago". Porém, a água acabou por se esvair e o que hoje vemos é um estranho buraco que promete vir a tornar-se um charco permanente, pequeno mas capaz de desenvolver vida aquática. 

Entretanto, há que encontrar coragem para continuar a escavar ("à la pate", como de costume), removendo a terra e aplicando-a na construção de canteiros e caminhos. Depois há que isolar e impermeabilizar o terreno. Porque não há jardim que se preze sem o seu espelho de água.


> Xisto|Banco de Imagens da Silveira (BIS)
O charco dos Jardins do Xisto, Fevereiro 2014 
fotografia digital
©  CRO|XISTO|BIS|JX(RO) 

quarta-feira, 5 de março de 2014

ESTRELA



Zoom sobre a Serra da Estrela, ainda com neve, a partir dos Jardins do Xisto. O pinheiro bravo (Pinus pinaster), à esquerda, é a mais alta árvore destes jardins. 


> Xisto|Banco de Imagens da Silveira (BIS)
Neve na Serra da Estrela, 
vista a partir dos Jardins do Xisto, Março 2014
fotografia digital
©  CRO|XISTO|BIS|JX(RO)