O agapanto (Agapanthus africanus), de acordo com a etimologia, é a flor-do-amor (do grego ágape = amor + anthus = flor). Embora originário do continente africano, mais precisamente da África do Sul, daí ser também conhecido por lírio-africano, deve o seu nome científico a uma antiga tradição clássica associada ao ramo de noiva, em que o ágape, simbolizando a pureza feminina e o amor espiritual, antecede o eros, outra palavra grega, que designa o desejo e o amor carnal. Terá sido cultivada na bacia do Mediterrâneo, ainda na Antiguidade, sendo hoje frequente em jardins do mundo inteiro, graças à sua capacidade de adaptação a diversos climas e solos.
Pelo segundo ano consecutivo, estas extraordinárias plantas floriram nos Jardins do Xisto, entre cevadilhas, limonetes, carquejas e alecrins, tendo por "tecto" um belo pinheiro bravo. Qualquer delas exige muito pouco dos jardineiros, não precisa de regas regulares nem de mimos constantes, como muito bem salienta o amigo Rafael, no seu Jardim Autóctone (Armamar, Trás-os-Montes). A propósito, propomos ao leitor uma visita virtual a este santuário da jardinagem autóctone na blogosfera portuguesa.
> Xisto | Banco de Imagens da Silveira (BIS)
Agapantos brancos dos Jardins do Xisto,
Silveira dos Limões, Junho 2014
fotografia digital
© CRO|XISTO|BIS|JX(RO)
Há um ano atrás, vislumbrei os agapantos, "São lindos...". Depois circundei o canteiro meio ovalado, o pinheiro bravo com copa de pinheiro manso, o loureiro rosa... E, subitamente, as agapantos, com a montanha como pano de fundo, estavam divinos. Alguma coisa se tinha transformado nas flores, na montanha e em mim, que me senti esticar até ao horizonte. Foi uma simples, mas muito sóbria experiência. Senti a interdependência de todas as coisas.Segundo o efeito borboleta, “O bater de asas de uma borboleta no pacífico pode ser responsável pelo aparecimento de um tufão do outro lado do planeta”
ResponderEliminarDentro deste contexto, estão de parabéns os jardineiros dos jardins de xisto. É este centro de harmonia, uma pequena pérola, mas muito preciosa, que está a transformar de uma forma subtil e, simultaneamente, mágica, todo o espaço que ao seu redor, a Silveira dos Limões, a freguesia, a Beira Baixa... E para mim, sei e acredito, todo o universo.
Como poderia neste post deixar de sorrir e dizer, "Bem haja!"?
Obrigado, Xisto, por indicar o link do Jardim Autóctone, blog que também se visita com prazer. Aprende-se com o texto e também com as imagens.
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