Foi em tempos elemento de suporte do telhado de um desaparecido palheiro, contíguo ao forno comunitário, tendo sido daqui retirado no final da década de 1990. Trata-se de um pilar de xisto com mais de dois metros e meio de altura que, no passado dia 11 de Outubro, foi reerguido "in situ", com a ajuda de habitantes da Silveira dos Limões.
Na reorganização e arranjo da pequena Praça da República, esta peça vertical de xisto, finalmente devolvida ao centro da aldeia, adquire agora uma presença quase escultórica, assumindo discretamente a condição simbólica de objecto de identidade e memória.
Palavras tão bem ditas, trazem-me memórias que se perdem no tempo. Relembranças das autênticas aldeias do xisto chegam-me em imagens trémulas, herança que se foi desmoronando tristemente sobre o solo.
ResponderEliminarFelizmente, na Silveira dos Limões tem-se feito um esforço para preservar o património tradicional que nos resta. E penso que este esforço é um bom exemplo para muitos outros lugares da Beira Baixa.
Oxalá o pilar de xisto seja agora como uma veia que se entranha na pequena comunidade da povoação e que todos os cidadãos, mas mesmo todos, se orgulhem da nossa Silveira dos Limões. Bem haja.
Nas sociedades tradicionais o centro da aldeia é o equivalente ao centro do mundo. Este centro era muitas vezes assinalado por uma vertical - vara de madeira ou pilar de pedra - espetada no solo como elemento fecundador da terra e, simultaneamente, objecto de ligação entre o interior da terra e o céu.
ResponderEliminarTambém por isso o nosso pilar da Silveira dos Limões presta-se a leituras simbólicas muito diversas. Mas para mim, ele é sobretudo uma quase-escultura que integra o arranjo da praça, sem qualquer utilidade que não seja evidenciar o xisto no contexto de uma forte tradição cultural que interessa preservar.