Primeiras violetas deste ano nos Jardins do Xisto, com as quais se fez este raminho. A Viola odorata evoca-nos canteiros floridos da infância e vendedeiras do Chiado, em Lisboa. Ou ainda uma pintura de René Magritte, com bouquet de violetas a cobrir o rosto de uma elegante dama burguesa representada à beira-mar em traje branco de passeio - La Grande Guerre, 1964 (v.link) - talvez o premonitório retrato surreal de uma certa Europa fantasmática, gélida e cruel, neste nosso tempo de guerra economicista.
A vasta história cultural das violetas atravessou diferentes lugares e épocas desde a Antiguidade. Queremos assinalar que elas foram símbolo botânico de Atenas, "cidade coroada de violetas" (Aristófanes, ca. 447 a.C. - ca. 385 a.C.). Por outro lado, a cidade de Atenas foi erguida em honra de Palas Atena, que segundo a mitologia grega é "a deusa da guerra, da civilização, da sabedoria, da estratégia em batalha, das artes, da justiça e da habilidade". Pura coincidência...
> Xisto | Banco de Imagens da Silveira (BIS)
Raminho de violetas, Silveira dos Limões, Fevereiro, 2015 fotografia digital
© CRO|XISTO|BIS|JX(RO)
Encontro neste texto uma feliz coincidência entre violetas surrealistas e violetas gregas. Sim, seria extraordinário que a Europa inteira se cobrisse de violetas.
ResponderEliminarQue boa ideia, cobrir de violetas a Europa inteira... podemos tentar, em fotomontagem.
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