“ O meu menino é d'oiro
É d'oiro fino
Não façam caso que é pequenino.
O meu menino é d'oiro
D'oiro fagueiro
Hei-de levá-lo no meu veleiro.
Venham aves do céu
Pousar de mansinho
Por sobre os ombros do meu menino
Do meu menino, do meu menino.
Venha comigo venham
Que eu não vou só
Levo o menino no meu trenó,
Quantos sonhos ligeiros
P'ra teu sossego
Menino avaro não tenhas medo.
Onde fores no teu sonho
Quero ir contigo
Menino d'oiro sou teu amigo.
Venham altas montanhas
Ventos do mar
Que o meu menino nasceu p'r'amar.”
É d'oiro fino
Não façam caso que é pequenino.
O meu menino é d'oiro
D'oiro fagueiro
Hei-de levá-lo no meu veleiro.
Venham aves do céu
Pousar de mansinho
Por sobre os ombros do meu menino
Do meu menino, do meu menino.
Venha comigo venham
Que eu não vou só
Levo o menino no meu trenó,
Quantos sonhos ligeiros
P'ra teu sossego
Menino avaro não tenhas medo.
Onde fores no teu sonho
Quero ir contigo
Menino d'oiro sou teu amigo.
Venham altas montanhas
Ventos do mar
Que o meu menino nasceu p'r'amar.”
> Leituras num banco de jardim | Citação 12
José Afonso (1929-1987), Portugal
Menino d'oiro, in Cantares, 1968
> Xisto | Iconografia Sacra | Presépio
Menino Jesus, déc. 1990?
miniatura em plástico (resina), 3,5 cm.
© CRO|XISTO|IS|P
miniatura em plástico (resina), 3,5 cm.
© CRO|XISTO|IS|P
Longe vão os tempos em que as figuras do chamado "presépio tradicional português" eram produzidas semi-industrialmente em cerâmica pintada. Entretanto, foram sendo introduzidas figuras em plástico, sobretudo importadas da China. Novos materiais e outras tipologias de representação, bem menos ingénuas. São as leis do mercado, dizem-nos. E a verdade é que o Natal, mais do que uma festa das famílias, se tornou um espectáculo grotesco de mercantilização global.
Quanto ao Menino Jesus, miniatura em plástico (resina) de assinalável "verismo", reproduz possivelmente um modelo italianizado, desconhecendo-se a origem e data de fabrico. Incorporado recentemente na colecção Xisto|Presépio, como complemento ao figurado tradicional de Barcelos, este Menino contrapõe o tipo de representação predominante ao longo da 2ª metade do século XX, assinalando a decadência de um género iconográfico no contexto da tradição popular portuguesa.